terça-feira, 6 de julho de 2010

Um filme para não se apagar da mente




"Feliz é a inocente vestal. Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Toda prece é ouvida, toda graça é alcançada" (Alexander Pope).
Existe uma obra- prima solta pelas locadoras que pelo seu nome alternativo não é admirada por todos, é o filme Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças um filme genial de Michel Gondry e Charlie Kaufman, diretor e roteirista respectivamente.
Let’s go! Vamos falar dele (cuidado o texto tem alguns spoilers) o filme conta a história de Joel, interpretado por Jim Carey (não é uma comédia), e Clementine interpretada por Kate Winslet. A história é meio confusa e tem a sua parte surreal, bem maluca (a cara de Gondry), no filme Joel e Clementine se encontram, se apaixonam e por diversos conflitos e diferença de personalidade que vai sendo descoberta aos poucos Clementine procura uma clínica para apagar Joel da sua memória, ela o faz e Joel acaba descobrindo após procura-la e ela reagir como se não o conhecesse. Ele procura saber o que aconteceu e descobre o procedimento, vai até a tal clínica e decide apagar Clementine também da sua mente, uma coisa meio toma-lá-da-cá, ele cata todas as coisas que lembram ela da sua casa e marca o procedimento, porém enquanto Clementine está sendo apagada da sua mente, Joel percebe que não quer esquecer dela, ele não quer tirar ela da sua cabeça e perder as partes boas que os dois viveram juntos, é aí que começa uma viagem mental na cabeça de Joel tentando preservar as suas memórias. Quando ele percebe que pode perder tudo o que viveram rola no filme um momento ótimo de tentar aproveitar os últimos momentos juntos. “- Daqui a pouco vai acabar. - Eu sei. - E o que fazemos? - Aproveitamos.”
O filme é incrível, eu sei que fica meio difícil não parecer loco e sem nexo com toda essa parte de procedimento para apagar lembranças, mas não é, mesmo que tenha uma parte ficcional, ele é muito real e nos mostra desgastes de relação e tentativas de escape tão comuns para todos.
Ele é um filme de uma sensibilidade ímpar, o qual trata de acontecimentos tão rotineiros que parece a nossa história ali na tela, afinal quem nunca quis apagar da memória alguém que lhe fez sofrer? Ou um relacionamento que não deu certo? Até porque no começo de todos os relacionamentos só são ressaltadas as qualidades e é com o tempo que os defeitos vão aparecendo e se infiltrando na relação como erva-daninha. Foi por isso que Joel e Clementine passaram. Olha que coisa mais normal! Isso que torna o filme incrível, mesclar partes surreais e fantasiosas com acontecimentos normais. O resultado é essa obra. Esse filme é uma grande sacada.
Fica aí uma dica cinematográfica, pra quem aprecia a sétima arte.

"Você ama quem você ama, não importa porque você ama".


Postado por Marília.

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