quinta-feira, 22 de julho de 2010

Montanha-russa



Eis que aparece nas prateleiras das locadoras uma nova opção, dentre as já conhecidas comédias românticas, a qual inova no gênero por sua forte influência pop (gritante no longa), seu roteiro incrível e sua pinta de filme independente. É ele o incrível e indie 500 dias com ela, filme estrelado por Zooey Deschanel e Joseph Gordon-Levitt interpretando Summer e Tom respectivamente.
O legal desse filme é que ele não se enquadra naquela linha de comédias românticas em que eles vivem felizes para sempre. Não, não funciona assim, o relacionamento acabou, e relações acabam, muitas não duram para sempre, bem dizer a grande maioria, é isso que o filme apresenta.



Tom é um arquiteto que não exerce a sua profissão e que trabalha em uma empresa de cartões congratulatórios, ele é um jovem bem parado e sem muitas expectativas até que ele conhece a nova funcionária da empresa, Summer, a qual é muito bonita, moderninha e logo chama a atenção de Tom e vira objeto de seu desejo. Com idas e vindas eles iniciam um relacionamento que dura 500 dias, e o filme gira em torno desse tempo, com flashbacks do início do relacionamento até o fim. Ele se apaixona e não consegue superar o fim do relacionamento, ela não se apaixona, aceita o fim e acaba se casando com outro, para a completa depressão e infelicidade de Tom.
O filme na verdade trata o modo como Tom se sente durante esse tempo todo, tudo o que a gente sabe é pelos olhos dele, a gente conhece Summer pelos olhos do Tom, dependendo de como ele enxerga ela, é muito legal que em partes diversas do filme ele exalta trejeitos que ele adora em Summer, como o fato dela umedecer os lábios antes de falar, e em outro momento ele nos diz que odeia esses hábitos dela. E assim a gente acompanha a história enquanto Tom revive seus momentos com Summer.
Quase todo o filme nos remete as emoções de Tom, a gente sente seu estado de espírito durante todo o longa, como na parte em que ele está feliz e sai dançando e fazendo uma coreografia na rua, ou quando nos é dado um quadro, a tela é dividida em duas e a gente vê o real, o que está acontecendo e na outra parte o que Tom idealizou, o que ele queria que ocorresse.



O filme ainda tem a ajuda de uma trilha sonora incrível, a qual acompanha muito bem o ritmo do filme, bem dizer dita o ritmo do filme, ela faz parte da história. Que passa desde The Smiths a Regina Spektor. O filme bem dizer transpira música, em vários diálogos eles citam grandes bandas e como The Beatles e The Smiths.
O filme se sustenta nessas idas e vindas da história, que vai nos mostrando aos poucos como foi o relacionamento do casal, flutuando pelos 500 dias. Outro ponto crucial do filme é que ele lida muito com o fator identificação, é uma obra simples e com sensibilidade tamanha que nos remete aos nossos próprios relacionamentos. Pois quem nunca amou pelos dois em uma relação? É aí que a maioria das pessoas se identifica e se torna uma história pessoal, o filme se torna a sua história. Esse é o maior mérito do longa.

Marília Dalenogare.

2 comentários: