segunda-feira, 16 de maio de 2011

Dr. House



“Todo mundo mente”, “Pessoas não mudam”, "Quase morrer não muda nada. Morrer muda tudo!", "É uma verdade da condição de ser humanos que todos mentem. A única variável é sobre o quê”, "Mentiras são como as crianças: apesar de inconvenientes, o futuro depende delas”, "Eu gosto mais de você agora que está morrendo", "Como pode Deus levar os créditos quando alguma coisa boa acontece? Onde ele estava quando o coração dela parou?".
Essas são algumas das ideologias de um dos personagens mais inteligentes e mais interessantes da TV. O Doutor Gregory House, mais conhecido como Dr. House. Dr. House é uma série americana que está no ar há 7 temporadas, desde 2004. A série é tipo um sucesso desde o começo e é fácil entender o porquê disso.
A série tem como pano de fundo um hospital, onde tudo acontece, pois é uma série médica, onde a maioria, ou quase todos os principais personagens, são médicos que através de seu cotidiano, do dia-a-dia do hospital acabam tentando resolver seus problemas pessoais da melhor forma possível. Tentando conciliar sua vida particular e sua vida profissional. Além do drama dos personagens a série também nos possibilita uma verdadeira aula sobre medicina, com diagnósticos diferenciados e situações totalmente estranhas/bizarras.
Além do gênio difícil do House, como se isso não bastasse, ele ainda se envolve com drogas, não consegue ter/manter relacionamentos saudáveis, acaba se envolvendo com polícia, processos, e tudo o mais. Ou seja, tem muita coisa que acontece no seriado, que não deixa ele cair na monotonia, se tornar um mais do mesmo chato.
O protagonista é o Dr. House, um médico extremamente sincero, mal humorado, egocentrista e que literalmente se acha um Deus, alias ele não acredita em Deus, como era de se imaginar. Ele não respeita leis, nem a ética, não respeita os direitos dos pacientes, não ouve ninguém, acha todo mundo imbecil e é insuportável. Mas ele tem um diferencial que salva ele da demissão, ele é o melhor, com seu jeito alternativo ele salva vidas que provavelmente morreriam sem seus métodos ousados e estranhíssimos.
Além disso, o elenco da série é realmente ótimo, todos eles já estão bem à vontade nos seus papéis, também, depois de 7 temporadas. O roteiro é inteligente, o House não é só um idiota maluco que sai fazendo o que quer, ele tem suas teorias, suas ideologias, as quais o roteiro sempre usa de uma forma incrível. Vale a pena conferir, o que foi dito aqui não é nada perto de tudo que a série oferece, perto de todas as surpresas, as situações em que os personagens se envolvem.

"Você pode ter a fé quer quiser em espíritos, em vida após a morte, no paraíso e no inferno, mas se tratando desse mundo, não seja idiota. Porque você pode me dizer que deposita sua fé em Deus para passar pelo dia, mas quando chega a hora de atravessar a rua, eu sei que você olha para os dois lados."

Marília Dalenogare

domingo, 8 de maio de 2011

Namorados para Sempre? Vai sonhando.




Um dos filmes que foram lembrados nas indicações ao Oscar, na categoria de melhor atriz, e que muita gente nem deu bolas é “Blue Valentine”, que no Brasil teve o título de Namorados para Sempre. Dã. Sinceramente às vezes parece que quem traduz esses títulos faz isso chapado. De boa. E olha que eu não acho sempre os títulos péssimos, às vezes eu acho que é melhor a adaptação que eles fazem, até por uma questão comercial, ou uma questão de entendimento do público, mas nesse caso sinceramente não. Eu tenho pena dos casais de namorados que foram ao cinema assistir esse filme achando que era uma comédia romântica, eles encontraram uma visão amarga de como pode ser a vida deles e de como provavelmente vai se tornar a vida de muitos. To meio pessimista hoje.
Para começar o filme tem ótimos pôsteres, de verdade, os três diferentes que eu vi eu achei lindos, pode parecer bobagem, mas é importante, e o roteiro também agrada. Mas a grande força do filme vem de seus protagonistas, os ótimos e lindos Ryan Gosling e Michelle Williams. Sempre gostei do Ryan, desde Diários de Uma paixão, A garota ideal e umas coisinhas a mais. Já Michelle eu não gostava muito, não sei por que, mas ultimamente mudei minha idéia e quase já gosto dela, me lembro dela em O segredo de Brokeback Mountain e em Sinédoque, Nova York, onde gostei bastante dela em ambos. Pois é, esses dois atores encabeçaram essa história, que narra a vida deles juntos, hoje em dia casados, mas desde que se conheceram, narra de uma forma não-linear como tudo aconteceu, e o ponto em que as coisas chegaram. Nos é mostrado que desde o começo as coisas começaram erradas e mesmo assim eles se contentaram com isso e resolveram constituir uma família que aos meus olhos é toda errada, e não tem como dar certo. O clima pesado, a tensão é gritante em cena.
Para começar a personagem de Michelle nunca esteve contente com nada, mesmo antes de conhecer seu marido, a infelicidade, o cansaço nunca abandonou as feições dela, o olhar dela sempre foi magoado, no meio disso ela conhece o personagem de Ryan e ele sim, era um cara animado e que realmente gostava dela e que acabou se prendendo naquela teia desconfortável ao redor dela e não saiu mais, eles montaram uma família, ela segue infeliz, rabugenta e ele segue tentando conquistar, agradar ela. Basicamente ele passa o filme todo correndo atrás dela e ela fugindo dele. È um jogo de cão e gato que a gente torce para que acabe.
O filme nos mostra muito bem, o que geralmente acontece quando dois jovens que mal se conhecem acabam tendo um filho e meio que se obrigam a ficar juntos. Os dois tinham sonhos, que foram adiados pelas necessidades da família. Eles se acomodaram naquela infelicidade, realmente me incomodou ver eles dois juntos, a distância deles, e como eles se tratam, principalmente ela, tão seca e fria. A única luz que nos aparece naquela casa cinza deles é a filha deles. Tanto ele, quanto ela tem uma relação ótima com a filha. O que nos mostra que o problema é entre eles, desde que eles fizeram o “acordo do silêncio e do contentamento”, ela se contentou que ele criasse a filha que ela nem sabia de quem era e ele se contentou em criar essa filha para ficar com ela. E nada disso se discute.
Mas apesar da tristeza que o filme passa ele é incrível, o jeito como as relações precipitadas são tratadas, como a gente pode se acomodar na vida. O filme é um tapa na cara, de certo modo. Simplesmente ele mostra como tudo se torna amargo, o amor, as relações, se a nossa vida é amarga. Como não basta o tentar ser feliz junto, se a gente não for, primeiramente, feliz sozinho.

Marília Dalenogare

sexta-feira, 6 de maio de 2011

OBRIGADA, MAIS POR FAVOR?




Em uma dessas minhas super conexões dentro do Filmow, muitos links e aquela teia onde a gente entra para ver um filme, daí ve o que aquele ator fez, entra em algum filme dele daí já vai para outro ator, e daí você nem sabe por onde começou naquele site do demônio para quem gosta de cinema. Foi assim. Foi assim que eu descobri um dos filmes que mais me agradaram ultimamente. Na verdade eu parti de um ponto, pois o protagonista, o roteirista e o diretor são a mesma pessoa, um ator que eu gosto de uma série que eu gosto, ele é o Ted de How I Met Your Mother, o nome real dele é Josh Radnor, e o filme do qual eu vou falar é “Happy thank you more please”, é isso mesmo o nome do filme, por enquanto sem tradução ainda, na verdade tenho um pouco de medo do que eles podem fazer com um título assim. Meio tenso.
Mas vamos ao filme, ele é um filme ou do ano passado ou do começo desse ano, não sei bem, pois achei dados diferentes na internet, um filme que acontece em New York (primeiro ponto positivo), não tem muitos atores famosos e conta a história de Sam Wexley um escritor de contos, que está tentando vender romances, e que acaba tendo encontrando um garoto perdido no metrô ao ir para uma entrevista de emprego. Na tentativa de conciliar a sua entrevista e devolver o garoto para sua família ele acaba fazendo tudo errado e fica com o garoto, sempre com o intuito de devolver a criança para a assistência social mas protelando isso e se apegando cada vez mais ao garoto. Em meio a isso ele ainda conhece uma garçonete/cantora em um bar e tenta iniciar um relacionamento com ela. Além do garoto e da cantora, Sam ainda tem uma melhor amiga que vive chorando suas pitangas para ele. Basicamente no filme todo Sam busca achar um caminho, tanto para a criança, para a namorada e para a amiga. Fora todos esses personagens mais ligados, o filme ainda tem um espaço para outro jovem casal, amigos de Sam também, mas nem tanto, casal esse que descobre que cresceu e que a hora de pensar no futuro é agora.
Além do longa ter uma fotografia legal, nos mostrando partes de New York, de ser um filme simples, onde a história contada não tem enrolação, são relacionamentos complexos que o filme apresenta, mas complexos por causa dos personagens, eles são complexos, por tudo o que viveram e pelo modo que ainda vivem, mas o filme em si, o roteiro, não complica nada, deixa tudo muito frouxo (no bom sentido), onde as coisas vão acontecendo como tem de acontecer, sem grandes viradas e grandes transformações, mas com adaptações dos personagens para certos tipos de relacionamentos, eles simplesmente não mudam completamente no filme, seu caráter, sua personalidade, como em outros longas, eles se encaixam, se adaptam as outras pessoas com as quais eles querem viver.
Ao invés de nos forçar aqueles personagens bizarros garganta a baixo Josh Radnor, como roteirista do filme, nos cativa com eles, pela suas inseguranças, pelo medo de mudar e de sofrer que eles mostram ao encontrar alguma situação com a qual eles não estão acostumados.
Não tem como não gostar desse filme. Não tem como não ficar torcendo para Sam superar seu medo a compromissos sérios, seu medo do desconhecido que acaba tornando-se conhecido a ele através do seu relacionamento com o garoto. Como em uma cena a namorada dele nos diz que ela quer um romance, e ele só pode oferecer um conto. Algo assim.
E quando o filme acaba, ele poderia ter continuado, pois com a resolução daqueles problemas, novos virão, e depois outros, é assim que acontece na nossa vida e é assim que acontece na vida de Sam.

Marília Dalenogare.